O PISA vai avaliar habilidades em tecnologia

A tecnologia - como uma importante habilidade desse século - será avaliada como tal, além dos conteúdos tradicionais, na prova do PISA de 2018. Mais um motivo para que escolas, pais e alunos tomem consciência de sua real importância.
Pois bem, alguns poderiam dizer, ao tomar conhecimento disso, "enchendo o peito", que nossos jovens alunos vão "arrebentar" nesse quesito nessa prova, pois mais "tecnológicos" do que eles - quase campeões mundiais de postagens no Facebook - impossível. Será que é isso mesmo?
Hoje, somos muito usuários da tecnologia, mas não estamos nos capacitando para desenvolvermos as competências e habilidades necessárias para o presente e futuro de uma sociedade globalizada e que mudou as relações na vida e no trabalho. Então, a pergunta que não quer calar é: "o que é ser tecnológico?"
Usar a tecnologia, nesse sentido, vai muito além de utilizar as redes sociais e baixar vídeos ou ficar jogando em algum site da internet. Ao fazermos apenas isso, estamos desenvolvendo, sim, poucas - e não do modo mais correto - competências e habilidades recomendadas pela UNESCO e pelo National Research Council - referências no assunto.
Digo "não do modo mais correto", pois, na dose certa, as redes e os jogos online, por exemplo, podem até trazer benefícios. Porém, não é o que se observa na maioria dos casos.
Muitos - atualmente, não só os mais jovens, é bom que se diga - ficam nas redes e jogando online horas a fio, deixando de estudar, trabalhar e até de conversar e se relacionar mantendo o olhar quase sempre "pra baixo" - nesse caso, as redes e os jogos passam a ser prioridades em relação a todo o resto.
A dose excessiva transforma o que poderia ser bom em um vício alienante. A internet é um mundo de informações, mas, na prática, está sendo subutilizada por muitos que a restringem a redes sociais e jogos online. E as informações jornalísticas? E os cursos - hoje há vários de alta qualidade -? E os livros? E as revistas?
Utilizamos a internet para produzir um texto ou uma apresentação de slides a várias mãos utilizando as tão faladas - mas nem sempre compreendidas - nuvens?
Nossos jovens estão interessados em produzir jogos e não apenas em jogá-los? Jovens de outros países já estão se interessando por isso.
Portanto, devemos tomar muito cuidado quando dizemos que nossos jovens são tecnológicos e sabem tudo de internet e computadores. A palavra "tecnológico" nesse sentido, para mim, significa "usuário" e não alguém com habilidades e competências nessa área que, aliás, precisam ser urgentemente desenvolvidas em todos nós, principalmente neles contrariamente talvez a um suposto senso comum.
Será que já não está na hora de explorarmos a internet em tudo que ela tem a nos dar e não apenas ficarmos restritos ao Facebook, WhatsApp e a joguinhos?
Estamos perdendo um tempo que talvez não recuperemos mais ao subutilizarmos a internet em troca de um suposto entretenimento nas redes e nos jogos. Simplesmente, estamos ignorando todo o conteúdo que ela tem a nos dar.
Nesse ponto, julgo pertinente um comentário a respeito: tenho um amigo que não tem conta em nenhuma rede social e que possui várias habilidades em tecnologia educacional incluindo a colaboratividade que, por exemplo, pode ser desenvolvida em nuvem, sem a obrigatoriedade de uma rede social.

Ou seja, se utilizássemos a internet em todo seu potencial, desenvolveríamos, quase que intuitivamente - em alguns casos -, algumas habilidades importantes como edição de vídeos, produção colaborativa de textos e apresentações, produção de podcasts, debates online sobre temas do momento e muito mais.
Portanto, a palavra equilíbrio é a chave de tudo e muitos não a utilizam quando se trata de internet.

Para finalizar, creio que para aprendermos a utilizar a tecnologia de modo adequado e competente com relação à vida e ao trabalho temos de, além do exposto acima, nos capacitar, pois, utilizar a tecnologia e desenvolver as tais competências e habilidades sugeridas por instituições de renome internacional e expertise no assunto, não é tão simples e intuitivo quanto utilizar uma rede social ou jogar online. 
Se assim o fizermos, os frutos serão colhidos, incluindo um bom desempenho de nossos jovens no PISA que, aliás, será um ótimo parâmetro de como estaremos em tecnologia nesse sentido.
Prof. Carlos Sanches
Fonte: 
http://tecnologiaeducabrasil.blogspot.com.br/2015/02/capacitacao-em-tecnologia.html

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